sexta-feira, 26 de novembro de 2010

                                
         As quatro fontes da poesia pernambucana
Quatro fontes um dia conversavam,
Cascatas de versos e tudo mais.
A primeira diz: Eu sou LITORAL,
Poema escrito na beira do mar.

A segunda completa: Eu sou a MATA
Que acorda o trem de Ascenso Ferreira.
Que chora e ri da ”morte severina”
Nas ondas verdes dos canaviais.

A terceira proclama: Eu sou AGRESTE,
Polo das Artes, sou Caruaru.
Meus braços parecem duas estrofes
No livro aberto das xilogravuras.

A quarta altaneira: Eu sou o SERTÃO,
Sou Pajeú, minha fonte não seca...
Menestrel da viola, sou poeta
Que faz do verso um estilo de vida;
Que jorra cordel, toada e repente
No ventre fecundo das quatro fontes.
          Dulce Lima                  (Poema baseado no soneto “As quatro velas”, do poeta Dedé Monteiro)


Nenhum comentário: