quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Homenagem da APPTA

Este são os dizeres de uma placa recebida no palco da 24ª Missa do Poeta:
“Salve, Mestra Dulce Lima,
Descobridora de rima
Do berço dos trovadores.
A nossa autêntica cronista
Assume o topo da lista
Do seu Pajeú das flores.”
                                APPTA, 17/09/2011

Agradecimentos aos irmão s da  APPTA:
Quero lhes dizer que devo grande parte dessas homenagens ao que aprendi , transmiti e convivi ao lado de vocês por quase 20 anos.
A APPTA é mais do que uma segunda família:
É amor pela cultura do  sertão...
É jeito de viver.
É rir e chorar às vezes...Como acontece na Mesa de Glosas a cada ano.
É Sabedoria que reflete o brilho das nossas estrofes, refazendo a história da poesia tabirense.
A APPTA é tudo isso e muito mais...
 Um grande abraço.E que a nossa Associação continue de portas abertas para os que respeitam e preservam os valores culturais do Pajeú.
Dulce Lima, Tabira PE

Obrigada, Amigo!

Eita, Dedé, que bonita homenagem, principalmente vindo de um poeta  e de um amigo como você: culto, sério, simples, popular,  clássico  e  de bom astral. Companheiro fiel das nossas eternas oficinas de poesia. Pois não é que estou quase virando uma poeta?
Fiquei tão emocionada que nem sei como desci aquelas  escadas  após as homenagens da 24ª Missa do Poeta. Obrigada, amigo. Obrigada APPTA. Obrigada meus irmãos pajeuzeiros e amantes da Poesia.
Eis na íntegra, a mensagem do poeta Dedé Monteiro:
“Você é toda sertão:
Luar, roçado, fogueira...
Pajeú de pés no chão,
Sertaneja verdadeira!
Você é “pardal da praça”,
Que deixa a gente sem graça
Sempre que dela se ausenta...
“ Maria” abençoada
É “ Dulce”cronificada,
É Lima metrificada:
“Pessoa” experimentada
Que sabe o que representa!

Você merece toda esta homenagem,
Pela coragem de ser como é:
Alma  repleta do nosso universo
Feito de verso, de esperança e de fé!

Você merece ser abençoada,
Paparicada, celebrada enfim...
Merece tudo que merece alguém
Que faz do bem princípio, meio e fim.

Você, que sempre que produz um texto,
Acha um pretexto pra nos encantar,
Merece o abraço de quem reconhece
Quanto merece quem só sabe amar.

Você que escreve com paixão profunda,
Que nos inunda com seu dom divino,
Merece aplausos como  recompensa
Na Festa imensa de Zé Marcolino!”

Dedé Monteiro –Tabira, 17/09/2011”
        Agradecendo aos meus irmãos pajeuzeiros, familiares,  aos amigos e aos companheiros da APPTA, publico a crônica - mensagem lida no palco da 24ª Missa do Poeta.
Nos caminhos da poesia

Olhando aqui deste palco, eu me vejo menina, atravessando as calçadas de Tabira, e já sonhando em ser poeta.
As calçadas se gastaram... e eu também. Mas o amor desmedido à cultura da minha cidade se  intensifica a cada momento.
Não vejo futuro onde a memória de um povo não seja cultuada.
Não vejo perspectivas de progresso  para um país que ainda escanteia o grande potencial, o talento e a habilidade artística dos nordestinos.
Uma região que tem como matéria- prima a PALAVRA   e com ela resgata consciências, acorda a cidadania, encanta e emociona multidões, precisa ter muito mais orgulho por ser do Vale da Poesia.
Sou tabirense, sou pernambucana do Pajeú com muita honra. Guardo no mealheiro do horizonte sertanejo as minhas melhores lembranças quando se fala de POESIA, pois ela é em sua simplicidade, o sustento do dia-a-dia, o café da tarde, o pão dourado dos pajeuzeiros.
O que é mesmo POESIA?
É aro de fogo do sol, rodando as traves do tempo.
É a barra do dia, pressurosa, mesclando as cores do amanhecer na esperança de uma dia chuvoso.
É a presença de Deus abençoando o sertão pela voz dos poetas repentistas, arautos da viola nas noites de cantoria.
É a flor do mandacaru, exótica, surpreendente, perfumada, cujas pétalas atapetam o chão seco às margens do Rio Pajeú – nossa maior paixão.
E nesse entranhando amor por nossa terra, expresso minha sincera gratidão por tão significativa homenagem a qual reparto com todos vocês, irmãos pajeuzeiros , e pelos que fazem da POESIA um jeito especial de viver.
Que a missa do Poeta continue prestigiando nossas raízes culturais através da música e da poesia, essa dupla que se completa e se harmoniza sem o desgaste do tempo.
Nas tramas da emoção, deixo esta  sextilha que sintetiza meu amor a Tabira,  aos meus familiares e à região do Pajeú.


“ Sigo o rio Pajeú
              Que corre neste rincão.
                   A enchente leva as águas,
                     Sonhando com a imensidão...
                     Mas os poços permanecem,
            Irrigando o meu sertão!
                                                   Dulce Lima, Missa do poeta , 2011