quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Trechos do poema "Violentada", da poeta Celeste Vidal

Essa Pátria que me deram
Sem que eu pudesse escolher,
Vestia-se de fantasia
E dizia-se: é primazia
O fato de aqui nascer.

Eu pegava o seu mapa
Para aprender a lição:
Norte, sul, leste, oeste
E este grande Nordeste
Botava no coração.

Ora, se ela é "mãe gentl"
Vai cuidar do meu futuro...
No futuro mergulhei,
deste sonho acordei
Em completo desatino.

            Que é feito do azul
            Que hoje virou cinzento?
            Que canto de ninar é esse
            Que não é canto, é lamento?

            Vamos fazer Pátria livre
            Sem dever nada a ninguém.
            Com a terra pra seu povo,
            No Nordeste, país novo,
            Sem injustiças também!
                                                    ( Celeste Vidal. Livro: Metade sol, Metade sombra,  pág 15, Edit. Bagaço, 1994)

 

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