quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Recordar é viver
Depois de alguns acertos e muita ansiedade, três setentonas, três ex-estudantes do extinto Colégio Monte Carmelo (1953/1958) resolveram retornar a Princesa Isabel  - PB -  para ver  bem de perto que cor tem a Saudade.
Dulce(eu), Alaíde e Edileuzinha acordaram cedo, fizeram mil recomendações aos familiares ... mas, após atravessarem o batente da porta, as três meninas viraram novamente três jovens estudantes  a caminho da histórica e lendária cidade paraibana, palco central de alguns episódios da Revolução de 1930.
No caminho,  as lembranças  nos assaltavam  a cada curva da estrada: aqui,  havíamos sofrido um pequeno acidente; ali,  ficava a casa de uma colega que hoje habita na morada celestial.  Bem mais distante era  a entrada de um sítio onde as freiras nos levavam para os piqueniques...
Adentramos a cidade sob um sol arrasador. Não conhecíamos mais ninguém. Muito s dos nossos amigos dormiam profundamente o sono dos justos. A princípio, sentimos  o impacto do progresso. Onde a rua? A calçada, a antiga igreja, o Colégio?
Ah, O Colégio permanecia lá...embora com algumas alterações . Entramos devagarinho. Nem parecíamos as tagarelas do passado. Nossos passos ressoavam, ou era a vida que passava por nós? Com um olhar saudoso, abraçávamos tudo: as portas , a entrada do refeitório, os antigos corredores, aquelas pedras onde conversávamos sobre o futuro, amores, sonhos e sucesso profissional. Registramos esse momento especial com fotos tiradas no pequeno jardim, e mostrando a relíquia de uma gravatinha da farda de gala do Colégio Monte Carmelo.
Continuamos o passeio com a companhia de atenciosas funcionárias da Secretaria de Ação Social /Prefeitura Municipal e de minha irmâ Socorro, às quais agradecemos de coração. Visitamos o novo Colégio que guarda um pouco do acervo do Monte Carmelo, a nova Igreja –Matriz, e o misterioso Palacete do Coronel José Pereira.
Depois , e já por nossa conta, andamos a pé, tentando achar os nossos rastros ali deixados há mais de 50 anos... E as pedras do antigo calçamento? O progresso as levou para onde?Uma grande e alegre surpresa foi visitar a nossa professora Ceição Lima que nos recebeu na sombra amiga do seu terraço. Aí, de verdade, sentimos que valeu a pena a nossa viagem em busca do tempo bem vivido.
No finalzinho do passeio, insisti para irmos no sentido de quem vai pra Manaíra. É que eu havia morado, por um certo tempo,  em uma casa próxima ao açude da cidade. A casa, não pude identificar, mas do açude ouvi o pedido de “SOCORRO”. Foi, sem dúvida, a nota triste do passeio. Perguntei aos que passavam o motivo do assoreamento, da poluição e de tanto descaso. As respostas não me convenceram. Juntei minhas lágrimas ao choro do açude.
 Por favor, princesenses, façam o milagre da ressurreição. Leiam e reflitam as belas mensagens colocadas em placas à beira do açude. Façam delas uma nova revolução para restaurar a vida e a beleza das águas do nosso querido açude.
De volta, subimos lentamente a ladeira da avenida central.
 Os anos pesam, as pernas cansam, as lembranças da juventude apertam o coração.
 É que sentimos , naquele final de tarde, no silêncio dos nossos corações, uma inquietante saudade de nós mesmas.
Dulce Lima, outubro de 2011

Fotos do passeio:

























2 comentários:

Valéria Cordeiro disse...

Querida Du ,poste as fts desse passeio ,estou curiosa p/ ver.
Amiga qto ao "docinho encantado ",q vc mandou por papai ,confesso fiquei bem mais açucarada q já sou ,rsrsrs agora quem comeu mesmo ,literalmente foi gael ,"docinho mágico vovó ",muitos abraços apertados de sds e desejos de muita paz sempre !
* e Mirna ? e o bebê ? Menina???
diz p/ ela q mando bjs ,e q ela será sempre mimi p/ mim!
Amo vcs !

Valéria Cordeiro disse...

amei as fotos minha poeta amada, vc ta linda ! bjs de paz sempre!
valéria