segunda-feira, 9 de maio de 2011

Deus botou flores na terra e encheu os campos de flores



A passarada canta
Por dentro da verde rama
Como quem faz um programa
Daquela paisagem santa.
Festeja também a planta
Dos homens agricultores
Que receberam louvores
Da mão de Deus que não erra.
" Deus botou chuva na terra
E encheu os campos de flores."( Odilon Nunes)


Com a chuva tudo ganha nova vida, outros ares, e o poeta assim declama:

Em toda manhã chuvosa,
Voa pela caatinga,
Faz do bico uma seringa
Prá dar injeção na rosa.
Acha a rosa tão cheirosa
Que se embeleza da cor;
Parece que aquele odor
Perfuma sua existência:
O colibri busca essência
No colo virvem da flor.   ( João Paraibano)




A natureza, vez por outra, teima em nos castigar como um mote que diz: "A Natureza tomou/ tudo quanto tinha dado". Mas, não é regra geral. Na maioria das vezes ela nos brinda com grandes surpresas.



E que surpresa,  quando vem justamente com uma estrofe do saudoso poeta Zeto de Bia:
"Passarim, rosa e botão
Se entrelaçam no jardim.
E se a tarde mostra o fim
Vai pro ninho de algodão.
Esse teu jeito é tão
Parecido com amor...
De longe mostra o calor,
Traz pra perto a existência,
Passarim que busca essência
No colo virgem da flor."



Do chão bruto e ressequido do sertão pode brotar flores diversas como se rasgassem o ventre da terra no parto feliz da NATUREZA.



Numa convivência harmoniosa, as flores, as  outras plantas e os animais comungam do mesmo ambiente sem queixas nem desavenças debaixo de um  céu sempre azul..




Muitas  flores aqui chegaram trazidas por mãos zelozas. Outras,  são nativas.Estas, jamais recuaram diante da supremacia de outras flores que embelezam o ambiente no campo ou na cidade. São flores silvestres, das quais nem se sabe o nome verdadeiro. Só os botânicos podem nos dizer. No entanto, elas têm diversidade de cores e perfumes e a beleza suave e perene da flora sertaneja.  São lindas, despretensiosas e nunca estiveram  em ramalhetes festivos.



As flores  de gitirana  e muçambê,  as pastas d'água, nessa manhã de inverno,  enfeitam o rio que passa cantando nos batentes da pequena barragem  à procura de outras fontes,  na direção do Rio Pajeú.



Eu vi as flores tão bonitas do pau d'arco
Fazendo marco nas terras do meu sertão.
É tão cheiroso como cheiro de jurema.
Lindo poema com cheiro de sedução.

A seca chega e as flores se vão embora
A planta chora com lágrimas de solidão,
Como a morena que saiu bem de mansinho,
Deixando espinho, furando meu coração.

 Mas quando a chuva regressa pra minha terra,
Vou ver na serra as lindas flores com botão.
Como estas flores, ela volta novamente
Na chama ardente da mais terrível paixão.          (Zé de Mariano)



( Fotos tiradas no Sítio Pocinhos, Tabira PE, em 08/05/2011)

3 comentários:

Mirna disse...

Mamãe, o sítio tá lindo. Essas flores são lindas.

Valéria Cordeiro disse...

dulce querida o sitio tá lindoooooo, sds de vc nos mostrando o mundo e como ele é feito ,rsrsrs, as buganvilles estão um sonho .
bjs de sd e muita paz pra essa poeta q amo.

Anônimo disse...

Valéria, estamos com saudades de vocês. Obrigada pelo comentário. Sempre que o sítio recebe visitas eu mostro uma árvore (pau brasil) que os seus meninos(hoje, rapazes) plantaram, justamente no dia em que o Brasil completava 500 anos.
Isso tudo tem um grande significado para todos os que amam e respeitam a natureza. Ficaremos felizes se você nos visitar. Abraços de Dulce Lima.