quarta-feira, 21 de setembro de 2011

        Agradecendo aos meus irmãos pajeuzeiros, familiares,  aos amigos e aos companheiros da APPTA, publico a crônica - mensagem lida no palco da 24ª Missa do Poeta.
Nos caminhos da poesia

Olhando aqui deste palco, eu me vejo menina, atravessando as calçadas de Tabira, e já sonhando em ser poeta.
As calçadas se gastaram... e eu também. Mas o amor desmedido à cultura da minha cidade se  intensifica a cada momento.
Não vejo futuro onde a memória de um povo não seja cultuada.
Não vejo perspectivas de progresso  para um país que ainda escanteia o grande potencial, o talento e a habilidade artística dos nordestinos.
Uma região que tem como matéria- prima a PALAVRA   e com ela resgata consciências, acorda a cidadania, encanta e emociona multidões, precisa ter muito mais orgulho por ser do Vale da Poesia.
Sou tabirense, sou pernambucana do Pajeú com muita honra. Guardo no mealheiro do horizonte sertanejo as minhas melhores lembranças quando se fala de POESIA, pois ela é em sua simplicidade, o sustento do dia-a-dia, o café da tarde, o pão dourado dos pajeuzeiros.
O que é mesmo POESIA?
É aro de fogo do sol, rodando as traves do tempo.
É a barra do dia, pressurosa, mesclando as cores do amanhecer na esperança de uma dia chuvoso.
É a presença de Deus abençoando o sertão pela voz dos poetas repentistas, arautos da viola nas noites de cantoria.
É a flor do mandacaru, exótica, surpreendente, perfumada, cujas pétalas atapetam o chão seco às margens do Rio Pajeú – nossa maior paixão.
E nesse entranhando amor por nossa terra, expresso minha sincera gratidão por tão significativa homenagem a qual reparto com todos vocês, irmãos pajeuzeiros , e pelos que fazem da POESIA um jeito especial de viver.
Que a missa do Poeta continue prestigiando nossas raízes culturais através da música e da poesia, essa dupla que se completa e se harmoniza sem o desgaste do tempo.
Nas tramas da emoção, deixo esta  sextilha que sintetiza meu amor a Tabira,  aos meus familiares e à região do Pajeú.


“ Sigo o rio Pajeú
              Que corre neste rincão.
                   A enchente leva as águas,
                     Sonhando com a imensidão...
                     Mas os poços permanecem,
            Irrigando o meu sertão!
                                                   Dulce Lima, Missa do poeta , 2011

10 comentários:

Julio Cordeiro disse...

Mamãe,
O texto está simplesmente PERFEITO.
Fiquei muito feliz pela homenagem e muito orgulhoso de ser seu filho.
Um beijo
Julinho de Dona Dulce

Mônica Mirtes Cordeiro disse...

Mamãe, a homenagem feita a você foi linda e merecida. A senhora é um exemplo de amor à cultura, ao sertão e a poesia. Não há nada que me orgulhe mais do que ser sua filha.
Pena que não herdei seu talento para a escrita. Mas Gonga me confortou dizendo:
Mônica,
"Ser filha de Dulce Lima
Do jeito que você é.
É quase do mesmo jeito
Que ser irmão de Dedé"
Gonga Monteiro

Gonga, digamos que é um "sofrimento" feliz...

Pepita Lins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pepita Lins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Neide Nascimento disse...

Dulce!
A Missa do Poeta foi linda,sua homenagem mais que merecida,o evento foi completo,de alegria e confraternização,e voçê demonstrou mais uma vez a coragem de viver e a passoa maravilhosa que é,sem contar em tudo que representa para a cultura de Tabira e porque não dizer, da região, um exemplo disso são as oficinas de poesia que ministras tão bem!
Parabéns de todos de Tabira,da região e do Pajeú!

Neide Nascimento

Andreia Miron disse...

Viva Dulce Lima!!!

É impressionante como ao ser homenageada, como foi, merecidamente, você é quem fez homenagem à Tabira, ao Sertão, à chuva, à Poesia.
Lindas suas definições de "o que é poesia"...
Maravilhoso poder compartilhar as suas crônicas, poemas, poesias. Suas lições poéticas nenhuma aula ou escola são capazes de ensinar.
A APPTA, Tabira, a Poesia são muito, mas muito orgulhosos de você sempre!

Abraço, Andreia Miron

Anônimo disse...

Mãe
Que festa linda e que homenagem merecida. Que pena que não levei a filmadora e que a homenagem dos violeiros não foi gravada. Rafael não tem muito de mim, pois quando viu o palco e o publico ele travou. rrsrsrsr. Mas com certeza ele é louco pela vovó e por isso passou o outro dia lhe entregando flores. Mas acho que a Sra. deve uma coisa a Tabira. Seu livro. Sim, já passou da hora não foi? Querendo ajuda é só pedir. Beijo mãe. Mariana

Mirna disse...

Mamãe, o texto ficou lindo, impecável. É um orgulho imenso ser sua filha e acima de tudo amiga. A homenagem foi brilhante e merecida.

Te amo!!!

Mirna

Anônimo disse...

Agradeço aos muitos elogios pela homenagem recebida na 24ª Missa do poeta: Monica, julinho, Mariana e Mirna.Colegas da APPTA,Silvia Nascimento,minha animada companheira de viagens nas maratonas da vida - Marinês e a outros que postaram comentários em blogs diversos.

Fabíolla disse...

Que texto lindo! Sem palavras.