Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa-a dormir em paz na solidão.
Que vale o ramo de alecrim cheiroso
Que lhe atiras nos braços ao passar?
Vai espantar o bando buliçoso
Das borboletas, que lá vão pousar.
Quando, à noite, o silêncio habita as matas,
A sepultura fala a sós com Deus.
Prende-se a voz na boca das cascatas,
E as asas de ouro aos astros lá nos céus.
Recife, 22 de junho de 1865/ Castro Alves
obs. Este poema tem precisamente 145 anos, 7 meses e 12 dias
Está provado que poesia não tem idade. E que mesmo regionalizada, ela é universal. Viva a Poesia!
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