As quatro fontes da poesia pernambucana
Quatro fontes um dia conversavam,
Cascatas de versos e tudo mais.
A primeira diz: Eu sou LITORAL,
Poema escrito na beira do mar.
A segunda completa: Eu sou a MATA
Que acorda o trem de Ascenso Ferreira.
Que chora e ri da ”morte severina”
Nas ondas verdes dos canaviais.
A terceira proclama: Eu sou AGRESTE,
Polo das Artes, sou Caruaru.
Meus braços parecem duas estrofes
No livro aberto das xilogravuras.
A quarta altaneira: Eu sou o SERTÃO,
Sou Pajeú, minha fonte não seca...
Menestrel da viola, sou poeta
Que faz do verso um estilo de vida;
Que jorra cordel, toada e repente
No ventre fecundo das quatro fontes.
Dulce Lima (Poema baseado no soneto “As quatro velas”, do poeta Dedé Monteiro)
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