segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um jantar com Cardápio de Saudades

Três amigas, três jovens da terceira idade  Dulce, Alaíde e Edileusinha comemoraram sábado, 29/01/2011, na Pizaria Aconchego da Gente,  Tabira PE,   os 52 anos de  Formatura do Magistério  em Princesa Isabel PB; e os respectivos aniversários ocorridos em 2010/2011.
A recepção ficou por conta de um montão de lembranças  que afloraram às  nossas mentes nem um pouco cansadas das artimanhas da vida.
Amigos e parentes que por coincidência ali se encontravam,  ficavam admirados pelo  inusitado acontecimento. É que amizades verdadeiras perduram além do tempo e das circunstâncias  do cotidiano. Não foi possível estarmos  sempre presentes em todos os momentos;  mas amigo é aquele que nos acompanha mesmo estando distante.
Assim foi nosso jantar: fotos,  risadas, algumas pontadas de tristeza, abraços de amigos e familiares e um bom vinho  como oferta de Joseli e Fábio,  a quem agradecemos pela gentileza.
Parecia que  éramos jovens outra vez e estávamos subindo a serra de Água Branca rumo à segunda cidade de nossa juventude: Princesa Isabel  e ao Colégio Monte Carmelo das freiras carmelitas, em regime de Internato.
Para marcar a data, fiz meu primeiro soneto após mais de 65 anos de amor à poesia. Imaginem só... eu que tenho dificuldade de me prender às rimas, como ousei fazer um soneto?
Com receios e temendo a "navalha" dos poetas da APPTA, mesmo assim vou divulgar  meu primogênito. Afinal, este soneto é o meu presente para todas as ex-  colegas do "Colégio Monte Carmelo"(ora fechado) , lembrando carinhosamente os nomes de Terezinha Siqueira, Edileuza Cordeiro, Celi Lima e Clemens Maia que onde estiverem,  comungam das mesmas  emoções.

Memórias adolescentes de Princesa Isabel

Ouvindo atenta as suas histórias
Dos "Anos Trinta". Que tanta coragem!
Não há quem tire de mim essa imagem
Do quadro imenso de minhas memórias.

Ainda escuto seu sino dolente
Nos domingos, pra missa na matriz.
Eu nem sabia que era feliz,
Pois só contava o que via na frente.

De portas  fechadas! E tudo extinto...
Do meu Colégio, que saudades sinto!
Princesa Isabel, me diga: por quê?

Quebre o silêncio, deixe a luz passar;
Guarde os meus sonhos, preciso voltar;
E, na capelinha,  abraçar você!

Foto janeiro 2011

 

Fotos do Ano Letivo de 1958

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Indicação de livros

Mais uma indicação de livros: dessa vez, é o livro do poeta tabirense e meu amigo Ivo Mascena, lançado em 2007, com muita aceitação. Ivo é um grande pesquisador da poesia popular, e também memorialista, sem  esquecer  de sua sensibilidade poética.
Do livro "Antônio Marinho do Nascimento, o precursor dos repentistas de S. José do Egito" pagina 92:
  Marinho, varando a noite em memorável desafio, já pela fresca madrugada ainda tem fôlego para dizer:
Berra a cabra no chiqueiro,
Relincha longe o cavalo,
Pia o pinto, canta o galo
Ciscando pelo terreiro;
A vaca no tabuleiro
Muge fazendo uma prece;
O candeeiro esmorece
Chia o grilo na parede.
Chora o menino na rede
E o dia não amanhece.

Marinho recorda que talvez esteja pagando com a enfermidade os prazeres da mocidade: ( pag. 104)

Foram os prazeres de outrora
Que passaram de momento
E tenho como pagamento
As consequencias d'agora.
Na minha vida uma hora
Pra mim é fardo pesado;
Há um tempo sentenciado
Quem me prendeu não datou.
A natureza tomou
Tudo quanto tinha dado. 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A catástrofe do Rio de Janeiro

Muitas são as imagens.  Chocantes. Terríveis. Desespero subindo e descendo morros.
De quando em quando, verdadeiros milagres de superação.
Mortos irreconhecíveis. Uma montanha de entulhos esconde vidas, sonhos e muita luta  no dia a dia.
E a responsabilidade é de quem?. e até quando?...
Mas de todas as reportagens e informaçóes ao vivo dos personagens da tragédia serrana, uma imagem ficou gravada por entre lágrimas que eu não consegui sustentar: a de uma criança de 4 anos que no meio da desolação mostra à reportagem o desenho de um avião feito por ela. Um avião voando tal qual um passarinho salvo das águas.
Aí eu vi o sol da esperança brilhando nos olhos daquele menino.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Indicação de livros

Agora, em 2011, pretendo através deste blog,  indicar ou comentar algumas obras literárias, sobretudo de livros lançados aqui no sertão e  em Pernambuco, bem como de outros livros que valem  a pena divulgá-los com o objetivo de incentivar  a leitura em nosso Município. É o Brasil um país de leitores? Infelizmente, não. O povo gosta mesmo é de política partidária. E se for com briga, ainda melhor. Que futuro podemos esperar de uma juventude que não lê?. Acompanho o Blog deTabira e até acho graça quando alguém corrige erros dos comentários. Escrever certo é dever de todo cidadão. A língua materna é também mãe da CIDADANIA. Mas, o que importa não é simplesmente a forma correta. E sim, a coesão e a coerência do que se escreve. Um texto pode ser feito de 1000 palavras juntas e corretas; mesmo assim  ele não forma uma textualidade capaz de atrair o leitor. E texto sem leitor logo cai no esquecimento.
QUEM LÊ ACABA ESCREVENDO MAIS CERTO,  MESMO SEM ESTUDAR A GRAMÁTICA.
LEIA SEMPRE MAIS,  QUE O RESULTADO APARECE.

Vamos às indicações:
De Tabira: Meu 4º Baú de Rimas do aclamado poeta Dedé Monteiro foi lançado em Recife, Afogados da Ingazeira, São José do Egito e será lançado em Tabira no próximo dia 28 do mês em curso.
O livro traz comentários dos poetas Vinícius Gregório, Alexandre Morais, Meca Moreno, Dulce Lima e Haidée Camelo.
São 160 páginas de muita poesia irrigando  o Vale do Pajeú. E haja enchente de versos na mente privilegiada do poeta simplicidade Dedé Monteiro.

Vejamos esta pérola na página 131 do livro Meu Quarto Baú de Rimas:

Mote: " A navalha do tempo não perdoa
            Os sem fé, sem história e sem cultura"

Pra dar conta de um mote tão perfeito,
A lembrar três figuras eu me arrisco :
Zé Rabelo, Dom Helder, Dom Francisco,
Três heróis que carrego no meu peito.
O primeiro, um poeta de respeito,
O segundo, o terror, da ditadura...
E o terceiro bradava em toda altura
Que a pessoa sem fé não é pessoa.
"A navalha do tempo não perdoa
Os sem fé, sem história e sem cultura."